louro com miolo

Tudo interessa....

18 janeiro, 2005

Diplomacia Mímica

Não falaremos inglês, nem sob tortura!!!Marcel Marceau ocupará o panteão que era do Barão!!! Voltaremos ao tupi guarani? Não, muita gramática, talvez?
Francamente, parece coisa de grêmio estudantil, não de um órgão encarregado de gerir as relações do país com o mundo. Porque não tornar as demais línguas eliminatórias também? Será que isto tem a ver com a próxima nomeação de 400 funcionários no Itamaraty?"O vento será a resposta..."

Apagões

Bom, já são quatro apagões em um mês. Como o Lula disse (ordenou?) àDilma que não explicasse nada, nada foi explicado. No escuro e na ignorância, uma beleza de ano!!!

11 janeiro, 2005

Campo Aberto

Desta vez, foi aqui pertinho de casa, em frente à Igreja dos Capuchinhos. Nem para rezar, pedindo que que tudo melhore nesta cidade, é algo que se possa fazer sem risco. Muito bem, prenderam o Dudu (mais não fosse, por causa daquele cabelo!!!), mas e o resto? Eu quero poder caminhar pelas ruas do Rio!!!!

10 janeiro, 2005

Lula e Família

Bom, pelas notícias que vemos por aí (O Globo, JB, blogs, etc), nem a família esta criatura aziaga consegue governar. Fosse um país mais sério, já haveria algum tipo de inquérito para descobrir o que toda aquela gente esteve fazendo no Palácio do Planalto, nos aviões da FAB, etc. Meu maior medo: quanto disto NÃO chega na imprensa???

Denise Stoklos

Fomos ver Denise Stoklos no espetáculo Louise Bourgeois: Faço, Desfaço, Refaço. Muita Denise e pouca Louise, aparentemente. Tem sacadas geniais, diverte à beça, mas fica meio estranho, porque é sempre a Denise, aqueles vozes todas. Está no CCBB e vale muito a pena!

04 janeiro, 2005

Ano Novo

Noite de ano novo, com Alberto e Marilena. Jantar thai, uma lua de doer os olhos e arder o coração, Charlie Haden (baixo) e Kenny Baron (piano) tocando The Very Thought of You, ar condicionado ligado no máximo, se não é o paraíso, passa perto. Se o restante do ano me oferecer vinte por cento (eu ia escrevendo dezoito, mais isto geraria mil explicações) da satisfação que eu senti nesta noite, será um ano maravilhoso!!!

Tsunamis

Tudo já foi visto, neste tempo de blogs e internet. Quase tudo já foi escrito, neste tempo em que todos escrevem sobre tudo. Mas que a música "Como uma onda" adquire um novo significado, isto é bem verdade!!!

Ano Novo

Bom, este texto me foi enviado pela Ana Lins, e achei que deveria postá-lo aqui.

PASSOU

O ano passou. Não sei se vós, leitor amigo, ou vós, distinta leitora, o passastes bem. Eu, como já passei muitos, os tenho passado de todo jeito, e ainda hoje esse segundo que vem depois da meia-noite me perturba. Já passei ano só, em terra estranha, ou, o que é mais amargo, na minha; ou andando como um tonto na rua ou afundado num canto de um bar ruidoso; tentando inutilmente telefonar; dormindo; com dor de dente. E quando digo de todo jeito estou dizendo também de jeito feliz, entre gente irmã ou nos braços de algum amor eterno – braços que depois dobraram a esquina do mês e da vida, e se foram, oh! provavelmente sem sequer a mais leve mágoa nos cotovelos, apenas indo para outros braços.
Passam os anos, passam os braços; mas fica sempre, quando a terra dá outra volta em si mesma, essa emoção confusa de um instante. Conheço pessoas que fogem a esse segundo de consciência cósmica, afetando indiferença, indo dormir cedo – como se não estivessem interessadas em saber se esta piorra velha deste planeta resolveu continuar girando ou não. É singular que entre tantas festas religiosas e cívicas nenhuma chegue a ser tão emocionante e perturbe tanto a humanidade como esta, que é a Festa do Tempo. É como se todos estivéssemos fazendo anos juntos; é o Aniversário da Terra.
Se a alma estremece diante do Destino, o espírito se confunde; reina uma tendência à filosofia barata; vejam como eu começo a escrever algumas palavras com maiúsculas, eu que levo o ano inteiro proseando em tom menor, e mesmo o nome de Deus só escrevo assim para não aborrecer os outros, ou para que eles me não aborreçam.
Já ao nome do diabo, não; a esse sempre dei, e dou, o “d” pequeno, que outra coisa não merece a sua danação. A ele encomendamos o ano que passou e a Deus o Novo. Que vá com maiúscula também, esse Novo; fica mais bonito, e levanta nosso moral.
E se entre meus leitores há alguma pessoa que na passagem do ano teve apenas um amargo encontro consigo mesmo, e viveu esse instante na solidão, na tristeza, na desesperança, no sofrimento, ou apenas no odioso tédio, que a esse alguém me seja permitido dizer: “Vinde. Vamos tocar janeiro, vamos por fevereiro e março e abril e maio, e tudo que vier; durante o ano a gente o esquece, e se esquece; é menos mal. E às vezes, ao dobrar uma semana ou quinzena, às vezes dá uma aragem. Dá, sim; dá, e com sombra e água fresca. E quem vo-lo diz é quem já pegou muito no sol nos desertos e muito mormaço nas charnecas da existência. Coragem, a Terra está rodando; vosso mal terá cura. E se não tiver, refleti que no fim todos passam e tudo passa; o fim é um grande sossego e um imenso perdão.”

Rio, janeiro de 1952

Rubem Braga
em A borboleta amarela